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Documentários Capixabas Resgatam a Memória do Espírito Santo Através de Imagens de Acervo

12° Mostra Outros Olhares – Programa Memória Capixaba | Foto: Nathalya Reis

Por Nathalya Reis | Pipoca no Ar

Na última quarta-feira, 23 de Julho, a 12º Mostra Outros Olhares – Programa Memória Capixaba exibiu três curtas documentais que utilizaram imagens de arquivo para contar histórias que fazem parte da identidade cultural do Espírito Santo. A mostra faz parte da competição pelo Troféu Vitória, símbolo do Festival de Cinema de Vitória (FCV), e teve na sessão os filmes “Suá, a praia que sumiu”, “Guarapari Revisitada” e “Manoel Loreno: Improviso e Paixão”.

Ambos os diretores dos curtas concorrentes compareceram à sessão que se iniciou às 14 horas, na sala Cariê Lindenberg, e debateram acerca da importância e dos desafios no acesso a materiais históricos na preservação da memória cultural do estado.

OS FILMES EM DESTAQUE

  1. “Guarapari Revisitada” (Adriana Jacobsen, DOC, ES, 13’)

O grande vencedor da categoria pelo júri técnico foi o curta “Guarapari Revisitada” da diretora Adriana Jacobsen, que apresenta imagens inéditas da cidade produzidas há mais de 6 décadas pelo cineasta amador Ernest Alexander Rudolf Bergmann. A diretora compara os registros resgatados com os cenários atuais, à medida em que o curta recebe a narração da história de amor entre a esposa e o cineasta.

  1. “Suá, a Praia que Sumiu” (Thais Helena Leite, DOC, ES, 13’)

Em “Suá, a praia que Sumiu”, de Thais Helena Leite, revisitamos a antiga Praia do Suá, um importante ponto de lazer e pesca que desapareceu devido ao projeto de aterramento da capital capixaba. Através de imagens de arquivo, registros históricos e depoimento de moradores, o filme resgata a memória afetiva de quem viveu no local e reflete sobre os impactos desse processo nas paisagens e comunidades tradicionais.

  1. “Manoel Loreno: Improviso e Paixão” (Enzo Rodrigues, DOC, ES, 23’)

“Manoel Loreno: Improviso e Paixão” do diretor Enzo Rodrigues conquistou o público e garantiu o Troféu Vitória na categoria do júri popular. Com um acervo pessoal riquíssimo de “Manoelzinho”, como é conhecido na cidade, o curta narra a trajetória do cineasta amador de Mantenópolis e a relação dos familiares e vizinhos na produção de seus filmes.

ACERVOS: ACESSO E  DIREITOS AUTORAIS

Os três documentários têm em comum o uso de registros históricos antigos como fotografias, filmes caseiros, reportagens de TV e matérias em jornal impresso como elemento fundamental para reviver e preservar memórias culturais. O diretor do curta “Manoel Loreno: Improviso e Paixão”, Enzo Rodrigues, relatou que teve facilidade no acesso dos arquivos para a produção do documentário por conta dos filhos do seu Manoelzinho, que disponibilizaram o acervo pessoal de filmes do pai, além de reportagens, matérias e jornais que registram a carreira do cineasta.

No entanto, quando se trata de arquivos em acervos públicos, o processo se torna complexo por necessitar de certo conhecimento acerca das normas de licenciamento de imagens de arquivo e de direitos autorais. A professora e diretora do curta “Suá, a Praia que Sumiu”, Thais Helena Leite, ressalta a importância de se ter disciplinas que abordem a questão do acesso aos acervos públicos nos cursos de comunicação social, devido à burocracia no licenciamento de imagens e as regras complexas de direitos autorais. “A pesquisa no audiovisual exige uma dedicação muito intensa. Elas não estão fáceis, sabe? […] elas tem uma regra, um licenciamento a ser feito, um respeito aos direitos autorais. É importantíssimo que nós da comunicação tenhamos esse respeito, que a gente dê os créditos às pessoas certas”, comentou a cineasta.

Saiba mais em @pipoca_no_ar

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