Por Igor Dadalto


Era uma daquelas noites de verão em que se sabia que, a qualquer momento, começaria a chover no Estádio Kléber Andrade, localizado na região de Campo Grande, em Cariacica. O que aconteceria em campo, porém, era mais difícil de se prever: um acachapante 4 a 0 para a equipe Capa Preta, construído em exatos 28 minutos de jogo, que deixou repórteres, gandulas, operadores de câmera, fotógrafos e demais profissionais atuantes no jogo completamente estupefatos e boquiabertos, sem entender o que acontecia diante de seus olhos.
O jogo entre Rio Branco e Desportiva, marcado para as 20h daquela quarta-feira, começou um pouco atrasado. Victor Rangel deu o toque inicial na bola aproximadamente às 20:12 no horário de Brasília, para iniciar a partida válida pela segunda rodada do Campeonato Capixaba de Futebol. O clássico, considerado a maior rivalidade do estado, possuía retrospecto bastante equilibrado, com duas vitórias para o time do Rio branco, uma vitória para a equipe da Desportiva e dois empates. O público foi o maior registrado até o momento na competição, com 4090 pessoas presentes.
Logo no primeiro minuto do escrete, Rodrigo Carioca dominou pela meia direita e buscou a linha de fundo para tentar um cruzamento na área da Locomotiva Grená, mas acabou se contentando com um escanteio após o desvio na bola de Willyan Sotto. Bola alçada na área e Gustavo Carbonieri subiu livre para marcar o primeiro tento do Brancão.
Aos sete minutos, Carlos Vitor tabelou com Rodrigo Carioca na entrada da área da Tiva e deixou a bola com o artilheiro Kieza, na ponta esquerda, que acertou um belo chute para estufar novamente as redes do goleiro Kennedy e marcar seu primeiro gol com a camisa alvinegra.
Já aos 11 minutos da primeira etapa, Rodrigo Carioca recebeu um ótimo lançamento de Augusto Potiguar para explorar a marcação em linha alta da equipe da Desportiva. Ele levou a bola até a área, onde o juiz viu mão do zagueiro Theo Kruger e marcou para a marca da cal. O pênalti foi convertido por Aloísio, um sonoro 3 a 0 para os donos da casa.
A Desportiva, muito atordoada pelos três gols sofridos, pouco incomodava a defesa do Rio Branco. Aos 18, na primeira escapada grená, Guilherme Morassi cruzou na área para encontrar Victor Rangel, que escorregou antes da chegada da bola e perdeu a oportunidade de diminuir o placar. Na única chance que teve a Tiva, Alê Santos chutou forte de fora da área, mas o goleiro Neguete fez boa defesa, concedendo um escanteio. A bola, alçada na área, encontrou Theo Kruger, que cabeceou sem perigo para o goleiro com a camisa de número 12.
Após perda de bola de Alê Santos, Klauber ligou o contra-ataque Rio Branquense com Matheus Costa na ponta esquerda, que com um lindo drible em Jean Carlo achou Rodrigo Carioca livre chegando para fazer o quarto gol e definir o resultado da partida. Antes do fim do primeiro tempo, Kieza quase fez o quinto, em um belo voleio defendido pelo goleiro Kennedy.
No segundo tempo, o Rio Branco preferiu não se expor e jogou no erro do adversário, que não conseguia transpor a boa marcação da defesa alvinegra. Ainda assim, o time de Jucutuquara teve as melhores chances, com Edinho, que entrou no segundo tempo, Kieza e Matheus Costa, mas parou em boas defesas do goleiro da Locomotiva. Emerson Costa fez quatro alterações na volta do intervalo para tentar reverter o placar construído na primeira etapa, mas as entradas de Ramon Pereira, Pinote, Rafael Carioca e Luiz Felipe não surtiram efeito.
A Desportiva faz seu primeiro jogo em casa no sábado (27), no estádio Engenheiro Araripe, pela terceira rodada do campeonato, enquanto o Rio Branco vai a Serra Sede jogar contra o Serra no Roberto Siqueira Costa, também no sábado.