(Créditos: Oakland Veterinary)
Texto por João Arthur Salomão e Raíssa Barbosa
Editado por João Guimarães
A sexta-feira 13 é repleta de superstições e símbolos de misticismo: espelhos quebrados, o ato de passar por baixo de uma escada e, talvez o mais famoso, o gato preto. Esse animal é considerado um símbolo de azar, e por causa disso, muitos deles são abandonados em decorrência dessa data. De acordo com uma pesquisa realizada pela Petlove em 2023, 21% dos gatos abandonados correspondem a gatinhos pretos.
Além do abandono e de serem os menos adotados, há pessoas que procuram esses animais com más intenções, como afirma a ONG Patinhas Carentes, de Vitória. Segundo eles, é necessário tomar um cuidado especial quando há o interesse específico por gatos pretos, a fim de garantir que essa preferência não esconda riscos para os animais. “Infelizmente, o mundo ainda carrega muitas superstições que acabam transformando animais indefesos em vítimas.”
Em contrapartida aos maus tratos, há uma onda de “mascotização” dos animais que vivem nos campi de universidades pelo mundo. Em 2024, o gato Max ficou famoso por se tornar doutor em cochilo na universidade de Vermont, nos Estados Unidos. Já no Brasil, o cachorro Silveira viralizou nas redes sociais ao ser nomeado pró-reitor de assuntos caninos na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul. A Patinhas Carentes acredita na importância que esses mascotes têm “de aproximar as pessoas de causas animais, o que as faz refletir e criar consciência para protegê-los”.
O campus de Alegre da Ufes agora também possui um mascote, o cachorro Paulinho Trovão. Ele faz parte do cotidiano universitário junto com outros cães, que são cuidados pelas pessoas dessa comunidade. De acordo com os próprios estudantes, os cachorros fazem sucesso com os alunos. “Alguns deles te acompanham até a universidade”, conta a graduanda de ciências biológicas, Emanuelly da Costa.
O cão Paulinho Trovão possui um perfil no Instagram com cerca de 1200 seguidores, e lá são postadas fotos dele e de outros cachorros em diversos momentos fofos pela Ufes, mas também são divulgadas campanhas de arrecadação para os cuidados dos animais.

O próprio Paulinho Trovão, como afirma a professora e protetora animal Aline Bregonci, está com uma doença renal crônica. Se caso for necessário que o cão fique internado, haverá a necessidade de abrir uma vaquinha para arcar com os custos da internação, por exemplo. E além desse cachorro, há muitos outros que precisam estar com a vacinação em dia e, de preferência, castrados.
O Hospital Veterinário do Centro de Ciências Agrárias e Engenharias (CCAE) da Ufes está localizado em Rive, um distrito de Alegre, e é o único de instituição pública do Espírito Santo. Alguns servidores da universidade desconfiam que, justamente pelo fato de o Departamento de Medicina Veterinária estar situado em Alegre, as pessoas da cidade se sentem mais à vontade para abandonar animais nas dependências da Ufes.
“Eu penso que a universidade, por meio de docentes ou servidores, poderia ter ações mais diretivas para combater o abandono e tentar fazer a adoção desses animais”, desabafa Bregonci. Ela pontua que, ainda que tenham recebido o título de mascotes, esses cachorros continuam sendo animais de rua e todos os dias eles correm riscos.
Texto incrível!! 👏🏽