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Joe Biden: As entrelinhas de sua desistência à presidência dos EUA

Por Lavínia Feregueti

Pressionado a desistir, o então presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, no dia 21 de Julho, anuncia sua desistência à reeleição, e anuncia sua vice Kamala Harris como candidata pelo Partido Democrata.


Joseph Biden foi astuto, sua imersão na política começa em 1970, dois anos após terminar sua licenciatura em direito, ao assumir a cadeira de Conselheiro do Condado de New Castle. Com pouca experiência e com um forte discurso progressista. Em 1972, aos 29 anos, Biden se candidatou ao Senado norte-americano. O atual presidente, com seu discurso persuasivo, prometeu progresso e garantiu a vitória. Tornando-se um dos senadores mais jovens da história dos Estados Unidos. Até que, em 2008, abriu mão do Senado para ser vice-presidente durante o governo de Barack Obama.

Embora tenha tido um desenvolvimento enfraquecido nas Primárias Democratas, para as eleições de 2020, conseguiu reverter a situação e consolidou-se um forte candidato. Foi então nomeado pelo Partido Democrata. Na corrida eleitoral contra o antigo presidente Donald Trump, Joe Biden transmitiu segurança aos seus eleitores e prometeu “não dividir, mas unificar o país”. A consolidação do candidato o levou a um recorde eleitoral e depois de inúmeras tentativas, tornou-se o 46° presidente dos Estados Unidos e o mais votado da história.

Dessa forma, em 2021 mais um marco em sua carreira como político, dessa vez como o Presidente mais velho a assumir o país, aos 78 anos. Biden, apesar de sua idade obteve êxito ao comandar a maior potência do mundo, no quesito econômico, o governo Biden obteve sucesso – com os baixos índices de desemprego, o aumento do PIB e os níveis recordes registrados no mercado econômico. Entretanto, sua baixa popularidade começa a partir do momento em que sinalizou dificuldades para realizar suas atividades devido sua idade, dentre elas a voz mais suave, os lapsos de memória e a aparente dificuldade para andar, devido sua artrite.

Apesar de sua desistência, Biden desde o primeiro momento demonstrava seu interesse de concorrer com Donald Trump pela presidência novamente, mas as pesquisas não demonstravam uma possível vitória do candidato do Partido Democrata novamente, estando a 4 pontos atrás do candidato republicano.

A somatória de fatores, seu envelhecimento, gafes, a pressão do partido contrário com vídeos dos furos do presidente e o então questionamento da população norte-americana se Joe Biden estaria mesmo apto para uma nova eleição, além do medo do partido Democrata pela derrota, e o péssimo desempenho do atual presidente no debate presidencial culminaram na desistência de Joe Biden, para que os democratas pudessem “respirar” e terem novamente chances contra Donald Trump.

Em uma carta postada em sua conta nas redes sociais, Biden disse que foi a maior honra de sua vida servir como presidente. “E embora minha intenção tenha sido buscar a reeleição, acredito que é do melhor interesse do meu partido e do país que eu desista e me concentre exclusivamente em cumprir os deveres como presidente pelo restante do meu mandato”.

A partir de agora, no dia 5 de novembro os cidadãos norte-americanos irão às urnas para eleger o novo presidente do país. E a grande questão é: o resultado resultará no segundo mandato de Donald Trump ou a primeira mulher negra assumirá o país?

A astúcia do Partido Democrata em pressionar a desistência de Joe Biden e anunciar Kamala Harris como candidata, resultou na tomada da frente das pesquisas dos democratas novamente sobre os republicanos. Nos meses antes de Biden desistir, as pesquisas pairavam na vitória de Donald Trump, mas a partir do momento que Harris entrou na jogada, ela conseguiu levantar uma pequena liderança e a mantém até hoje.

Da forma como está, as pesquisas recentes sugerem que há um ou menos de um ponto percentual separando os dois candidatos em vários Estados. Isso inclui a Pensilvânia, que é fundamental, uma vez que tem o maior número de votos no Colégio Eleitoral — e, por isso, torna mais fácil para o vencedor alcançar os 270 votos necessários.

Pensilvânia, Michigan e Wisconsin eram todos redutos democratas antes de Trump torná-los republicanos na sua trajetória para conquistar a presidência em 2016. Biden os reconquistou em 2020, e se Harris conseguir fazer o mesmo este ano, ela vai estar a caminho de ganhar a eleição.

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